sábado, 16 de agosto de 2008

Pojeto - Poetas da Escola

I - Dados da Instituição
Nome: Escola de Educação Básica Ildefonso Linhares
Endereço: R: Ver. Osvaldo Bittencourt, 206, Bairro Carianos
Florianópolis / SC
Contatos: fone: (48) 3236-0556
e-mail: Ildefonso@sed.sc.gov.br

II – Identificação do Projeto

Nome do projeto: Poetas da Escola
Professora Coordenadora: Mara Cristina Casagrande
Disciplina: Língua Portuguesa
Público alvo: alunos de 5ª e 6ª séries
Período de execução: aproximadamente 1 ( um) mês, sendo quatro aulas semanais.

III – Dados do Projeto
Justificativa

Toda escola pública comprometida com a democratização social e cultural precisa garantir às crianças o domínio de competências de leitura e escrita para que o aluno possa participar com autonomia nas diferentes práticas sociais.
Nesse contexto, a produção de poemas pode ser um dos pontos de partida para que o educando se torne usuário da escrita à medida que o mundo escrito começa a fazer parte da sua vida de fato.
Esse projeto proporcionará ao educando a aproximação com as práticas cotidianas, as situações reais de comunicação e mobilizará, no aluno, o desejo e a necessidade de participar e de se fazer presente por meio da produção e exposição dos poemas por ele produzidos.
Por meio da convivência com os alunos por alguns meses foi possível constatar que muitos deles chegam às séries mais avançadas do Ensino Fundamental com um repertório poético restrito: poemas infantis, quadrinhas, trovas, parlendas... Percebeu-se também a forte crença de que para se fazer poemas, basta encontrarem palavras que rimam.
Para que os alunos sejam capazes de escrever textos poéticos é necessário intensificar o convívio com poesia de qualidade, promover saraus para ler, ouvir, apreciar poemas; familiarizar com a organização desse gênero; analisar os recursos utilizados pelos poetas; desenvolver maior sensibilidade para a escuta e escrita de poemas e refletir sobre a língua revisando e aprimorando seu próprio texto.
A realização desse projeto permitirá que o professor possa avaliar o desenvolvimento e o progresso do aluno em cada ação, interferindo e auxiliando nas dificuldades específicas de cada etapa.


Objetivo Geral

O projeto visa despertar o interesse dos estudantes pela leitura e escrita e levá-los a criar poesias com base em um contexto ou em temas livres. Assim, aprofunda os conceitos da linguagem poética, trabalha gramática, amplia o universo temático da turma e incentiva a oralidade e a produção de ilustrações e textos poéticos.

Objetivos específicos

• Planejar o mural de poemas.
• Resgatar a experiência dos alunos com poemas.
• Conhecer o repertório de poemas dos alunos.
• Reconhecer os poemas em suas diversas formas.
• Conhecer as características do poema: rimas, versos e estrofes.
• Ampliar o repertório dos alunos com a apresentação de novos poemas.
• Resgatar e valorizar a cultura da comunidade.
• Conhecer poemas consagrados da literatura brasileira.
• Identificar rimas em poemas e criar rimas.
• Identificar aliteração e repetição de versos.
• Escrever acrósticos.
• Trabalhar com poema popular.
• Estudar poemas sobre a terra natal de diferentes autores.
• Resgatar sentimentos sobre o lugar onde os alunos vivem.
• Propiciar um olhar novo e original sobre o lugar onde os alunos vivem.
• Escrever um poema com o tema “O lugar onde vivo”.
• Aprimorar os poemas produzidos.

Metodologia de execução

1º MOMENTO: dividir a classe em grupos de quatro ou cinco alunos para que conversem e compartilhem os poemas lidos ou ouvidos que guardam na lembrança. Cada grupo deve escolher um relator, que vai expor para a classe como foi a conversa que tiveram. A professora relacionará na lousa o título dos poemas ou os versos lembrados pelos alunos. Em seguida, cada grupo seleciona um dos poemas relacionados e copia em uma folha de papel.

2º MOMENTO: confeccionar com os alunos um mural onde eles colocarão os poemas que, na etapa anterior, foram copiados em uma folha de papel.

3º MOMENTO: conversar com a turma sobre alguns aspectos importantes dos poemas. Para início fazer perguntas como: “Por que escolheram esses poemas?”; “Como sabem que são poemas?”; “Por que eles são diferentes de uma notícia de jornal, de uma receita de bolo ou de um conto?”; “Como eles se organizam no papel?”; “Eles preenchem todo o espaço das linhas, da margem esquerda à direita?”; “Os versos pulam linhas?”; “Do que tratam os poemas?”.

4º MOMENTO: copiar na lousa o poema “Tem tudo a ver”, de Elias José, do livro Palavras de encantamento, da Coleção Literatura em Minha Casa. Fazer perguntas aos alunos. Sobre o que fala o poema? Por que o autor diz que “poesia tem tudo a ver com tudo”? O que os poemas podem exprimir?
Depois de discutir com o grupo o conteúdo do poema, incentivar os alunos a pensar nos recursos que o autor usou para compô-lo, e continuar fazendo perguntas. Esse poema tem rimas? É possível compor poemas sem rimas?
Trabalhar o conceito de rima, verso e estrofe.

5º MOMENTO: as crianças agora vão escrever o primeiro poema delas. Os poemas serão expostos no mural da sala de aula, depois de corrigidos pela professora e passado a limpo pelos autores. Tema “O lugar onde vivo”.

6º MOMENTO: o professor lerá para a turma um texto de Antonio Gil Neto, “Cantador”, e vai propor a eles que se tornem colecionadores de poemas, pesquisando os textos conhecidos pela comunidade. Fazer oralmente algumas perguntas sobre o texto. Lembrar-lhes que poético, segundo o dicionário, não são só poemas, mas tudo aquilo que “produz inspiração, que tem qualidade, atmosfera, encanto, ou características da poesia”. O “Cantador(de sentimentos escondidos)”, embora seja um conto, é poético, pois traz encanto, produz inspiração.

7º MOMENTO: dividir a classe em grupos e distribuir alguns poemas, escolhidos pelo professor, onde os alunos lerão cada um deles. Pedir para que escolham um representante para declamar o poema para a classe, cuidando do ritmo, das pausas e da entonação da voz.

8º MOMENTO: neste momento a turma vai compor um texto coletivo. Não se trata de uma simples colagem de frases. O texto, como um todo, tem que fazer sentido e ser harmonioso. Os alunos trabalharão com o texto “Duas dúzias de coisinhas à-toa que deixam a gente feliz”, de Otavio Roth.
Pedir a eles que contem sobre as coisas do dia-a-dia que os deixam felizes. O texto não precisa ter duas dúzias. Pode ter quatro dúzias, duas dúzias e meia, dependendo do número de alunos. O importante é que eles consigam rimas, se não conseguirem, vão ter de mudar a palavra.

9º MOMENTO: passar na lousa “Quadras ao gosto popular”, de Fernando pessoa e perguntar aos alunos quais as palavras que rimam e qual o esquema usado por Fernando Pessoa. Nas três quadras à esquerda, o segundo verso sempre rima com o quarto, nas duas outras também o primeiro rima com o terceiro.
Mostrar que o poeta não usa verbos no infinitivo para fazer as rimas, porque aí ficaria muito fácil e pouco criativo. Ele também não usa palavras no aumentativo e no diminutivo, pelo mesmo motivo. Em suas rimas, há muita variedade: verbos, substantivos e adjetivos.

10º MOMENTO: dividir a classe em trios e pedir a cada grupo que crie uma quadra.

11º MOMENTO: Mostrar aos alunos que além de poetas clássicos e modernos, existem os chamados “poetas populares”, que compõem versos que encantam e emocionam o leitor como o cordel. Os alunos conhecerão um dos nossos maiores poetas populares: Patativa do Assaré. Trabalhar o conceito de cordel e ler, junto com eles, o poema “Emigração e as conseqüências”, de Patativa do Assaré e elaborar algumas perguntas sobre o poema para os alunos responderem oralmente.

12º MOMENTO: transcrever na lusa mais alguns versos de Patativa do Assaré. Ressaltar a primeira letra de cada verso e lançar um desafio. Quem descobre algo diferente nesse poema?
Comentar que Patativa do Assaré ordenou as letras iniciais dos versos para formar uma palavra. Nesse caso, o próprio nome do autor: Patativa. Esse recurso é chamado “acróstico”.

13º MOMENTO: sugerir a cada um dos alunos que crie um acróstico com o nome deles. Para compor os versos, eles podem falar de suas características, seu jeito de serem, as coisas de que gostam. Colocar alguns acrósticos no mural.

14º MOMENTO: perguntar aos alunos se eles conhecem o Rio de Janeiro. Já viram fotos ou imagens na televisão? O que conhecem do Rio de Janeiro? O que mais os impressiona?
Entregar para cada aluno a cópia dos poemas “Milagre do Corcovado”, de Ângela Leite de Souza e “Cidadezinha”, de Mário Quintana. Fazer a leitura do poema e conversar com os alunos sobre os temas abordados e as diferenças e semelhanças entre os dois textos. Reforçar para os alunos a diferença entre título e tema. Trabalhar os recursos poéticos utilizados por cada autor.

15º MOMENTO: nesse momento os alunos, em duplas, escreverão um poema. Pedir as duplas que observem o Mural de Poemas. Mostrar quanto trabalho foi feito e perguntar a eles o que aprenderam até aqui.
Produzir um livro de poemas com os alunos, com ilustrações, para deixar a disposição na biblioteca para apreciação dos mesmos.

Avaliação

De acordo com Luckesi (1999), a avaliação que se pratica na escola é a avaliação da culpa. Aponta, ainda, que as notas são usadas para fundamentar necessidades de classificação de alunos, onde são comparados desempenhos e não objetivos que se deseja atingir.
Os currículos de nossas escolas têm sido propostos para atender a massificação do ensino. Não se planeja para cada aluno, mas para muitas turmas de alunos numa hierarquia de séries, por idades, mas esperamos de uma classe com 30 ou mais de 40 alunos, uma única resposta certa.
Segundo Perrenoud (2000), normalmente, define-se o fracasso escolar como a conseqüência de dificuldades de aprendizagem e como a expressão de uma “falta objetiva” de conhecimentos e competências. Esta visão que “naturaliza” o fracasso impede a compreensão de que ele resulta de formas e de normas de excelência que foram instituídas pela escola, cuja execução revela algumas arbitrariedades, entre as quais a definição do nível de exigência do qual depende o liminar que separa aqueles que têm êxito daqueles que não o têm. As formas de excelência que a escola valoriza se tornam critérios e categorias que incidem sobre a aprovação ou reprovação do aluno.
Continua Perrenoud (2000) que as classificações escolares refletem às vezes, desigualdade de competências muito efêmeras, logo não se pode acreditar na avaliação da escola. O fracasso escolar só existe no âmbito de uma instituição que tem o poder de julgar, classificar e declarar um aluno em fracasso. É a escola que avalia seus alunos e conclui que alguns fracassam. O fracasso não é a simples tradução lógica de desigualdades reais. O fracasso é sempre relativo a uma cultura escolar definida e, por outro lado, Não é um simples reflexo das desigualdades de conhecimento e competência, pois a avaliação da escola põe as hierarquias de excelência a serviço de suas decisões. O fracasso é, assim, um julgamento institucional. A explicação sobre as causas do fracasso passará obviamente pela reflexão de como a escola explica e lida com as desigualdades reais.
O universo da avaliação escolar é simbólico e instituído pela cultura da mensuração, legitimado pela linguagem jurídica dos regimentos escolares, que legalmente instituídos, funcionam como uma vasta rede e envolvem totalmente a escola. (Lüdke, 1986)
Compreender as manifestações práticas da prática avaliativa é ao mesmo tempo compreender aquilo que nela está oculto.
Temos ciência de que esta exclusão no interior da escola não se dá apenas pela avaliação e sim pelo currículo como um todo (objetivos, conteúdos, metodologias, formas de relacionamento, etc.). No entanto, além do seu papel específico na exclusão, a avaliação classificatória acaba por influenciar todas as outras práticas escolares.
Nesse viés, cumpre ao professor observar o estilo de aprendizagem de seu aluno, seus interesses, suas técnicas de trabalho, bem como recolher informações, de forma contínua e com diversos procedimentos metodológicos e julgando o grau de aprendizagem, ora em relação a todo o grupo-classe, ora em relação a um determinado aluno em particular.

Bibliografia
ANDALÓ, Adriane – Didática de Língua Portuguesa para o ensino fundamental; alfabetização, letramento, produção de texto (editora FTD S.A.).
FREIRE, Paulo – Pedagogia da autonomia. 35.ed. São Paulo: editora Paz e Terra.
HERNANDEZ, Fernando. Transgressão e mudança na educação. Os projetos de trabalho. Porto Alegre: ArtMed,1998.
LIBÂNEO, J.C. Didática. 15.ed. São Paulo: Cortez,1999.
LUCKESI. C.C. Avaliação da aprendizagem escolar. 9. ed. São Paulo: Cortez,1999
MAIA, João Domingues Maia – Gramática (editora ática)
Olimpíada de Língua Portuguesa – Caderno do professor – Orientação para produção de textos.
PROPOSTA CURRICULAR DE SANTA CATARINA – Ensino Fundamental 1998
REVISTA – Nova escola (editora abril)
SITE http://www.novaescola.com.br/

Registro das atividades realizadas





Poema 6ª série no mural da sala.












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